sexta-feira, 18 de março de 2016

Lava Jato granpeou 25 advogados e 300 clientes

Conjur e a ditadura judicial: Lava Jato grampeou de uma só vez 25 advogados e 300 clientes que não tinham relação com investigação
publicado em 18 de março de 2016 às 09:48
MEDIDA DISSIMULADA
Todos os 25 advogados de escritório que defende Lula foram grampeados
17 de março de 2016, 18h27
O juiz federal Sergio Moro não quebrou o sigilo telefônico apenas de Roberto Teixeira, advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas também do telefone central da sede do escritório dele, o Teixeira, Martins e Advogados, que fica em São Paulo. Com isso, conversas de todos os 25 advogados da banca com pelo menos 300 clientes foram grampeadas.
A interceptação do número foi conseguida com uma dissimulação do Ministério Público Federal. No pedido de quebra de sigilo de telefones ligados a Lula, os procuradores da República incluíram o número do Teixeira, Martins e Advogados como se fosse da Lils Palestras, Eventos e Publicações, empresa de palestras do ex-presidente.
E Moro autorizou essa escuta por entender que ela poderia “melhor esclarecer a relação do ex-Presidente com as empreiteiras [Odebrecht e OAS] e os motivos da aparente ocultação de patrimônio e dos benefícios custeados pelas empreiteiras em relação aos dois imóveis [o triplex no Guarujá (SP) e o sítio em Atibaia (SP)]”.
Procurados pela ConJur, os membros da força-tarefa da operação “lava jato” afirmaram que o telefone do Teixeira, Martins foi incluído no pedido por constar no site “FoneEmpresas” como sendo da Lils. Além disso, os membros do MPF ressaltam que Moro autorizou a interceptação. Uma busca pelo número de telefone no Google, no entanto, já traz em seus primeiros resultados o escritório de advocacia.
Os procuradores também argumentam que não juntaram transcrições das escutas do telefone central do escritório nos autos do processo — constando no relatório os registros das ligações envolvendo o número.
Celular rastreado
Sete dias depois de autorizar o grampo no escritório, o juiz da operação “lava jato” acrescentou ao grupo dos aparelhos monitorados o celular de Roberto Teixeira, conhecido por defender o líder do PT desde os anos 1980. “Não identifiquei com clareza relação cliente/advogado a ser preservada entre o ex-presidente e referida pessoa [Roberto Teixeira]”, diz Moro, em seu despacho.
Na decisão, ele ainda apontou que “há indícios do envolvimento direto” de Teixeira na aquisição do sítio em Atibaia (SP), que é alvo de investigações, “com aparente utilização de pessoas interpostas”, e se justificou: “Se o próprio advogado se envolve em práticas ilícitas, o que é objeto da investigação, não há imunidade à investigação ou à interceptação”.
A inviolabilidade da comunicação entre advogado e cliente está prevista no artigo 7º do Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/1994). Segundo a norma, é um direito do advogado “a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia”.
Porém, essas autorizações de interceptação de Sergio Moro mostram, segundo Roberto Teixeira e seu sócio, Cristiano Zanin Martins, que ele não respeita a defesa e o trabalho dos advogados. Para eles, o juiz “se utiliza do Direito Penal do Inimigo, privando a parte do ‘fair trail’, ou seja, do julgamento justo”.
E mais: o monitoramento do celular de Teixeira, conforme os representantes de Lula, “significa que a intenção do juiz e dos membros do Ministério Público foi a de monitorar os atos e a estratégia de defesa do ex-presidente, configurando um grave atentado às garantias constitucionais da inviolabilidade das comunicações telefônicas e da ampla defesa”.
Um exemplo disso é a interceptação da ligação que o petista fez para Teixeira no momento em que policiais federais foram à sua casa no dia 4 de março para conduzi-lo coercitivamente para depor. Assim, Moro e os membros do MPF e da PF já sabiam de antemão qual seria a estratégia de defesa que Lula usaria no interrogatório conduzido pelo delegado Luciano Flores de Lima.
Na visão de Zanin Martins e Teixeira, a justificativa do juiz federal para grampear o telefone do advogado — o fato de ele ter assessorado Jonas Suassuna e Fernando Bittar na aquisição do sítio de Atibaia — é a maior prova de que ele foi interceptado “por exercer atos privativos da advocacia — o assessoramento jurídico de clientes na aquisição de propriedade imobiliária — e não pela suspeita da prática de qualquer crime”.
Os dois profissionais lembram que essa não foi a primeira vez que Sergio Moro praticou um “ato de arbitrariedade” contra advogados. Para exemplificaram, eles destacaram que, no julgamento do Habeas Corpus 95.518, pelo Supremo Tribunal Federal, existem registros de que o juiz monitorou ilegalmente representantes dos acusados, “e por isso foi seriamente advertido pelos Ministros daquela Corte em 28.05.2013”.
Os sócios do escritório ainda alegaram que o fato de Sergio Moro atuar em um só caso, e com “pretensa jurisdição universal”, viola o devido processo legal e todas as garantias a ele inerentes.
Pedido à OAB
Roberto Teixeira e Cristiano Zanin Martins pediram que as seccionais de São Paulo e do Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil tomem “todas as providências cabíveis em relação a esse grave atentado ao Estado Democrático de Direito”.
Nas petições a essas instituições, eles argumentaram que “não se pode cogitar de erro” no fato de o MPF ter pedido – e Moro autorizado – a quebra do sigilo do telefone central da banca como se ele fosse da empresa Lils. Isso porque durante os quase 30 dias da interceptação, foram ouvidas diversas gravações que já começavam com a identificação do escritório de advocacia.
Cristiano Zanin Martins ainda ressaltou que espera que esses pedidos sejam encaminhados ao Conselho Nacional de Justiça, que pode tomar providências disciplinares contra Moro. O presidente da OAB-SP, Marcos da Costa, deferiu o pedido e determinou que sejam tomadas as “medidas necessárias para proteção e defesa das prerrogativas dos advogados”. O processo já foi autuado. Para o presidente da Comissão de Prerrogativas da entidade, Cid Vieira, é preciso tomar medidas enérgicas para que o Estado Democrático de Direito continue inabalável.
Entidades criticam
A OAB-RJ não perdeu tempo e já manifestou seu repúdio à decisão de Sergio Moro que autorizou as escutas do escritório. “Tal expediente, além de violar frontal e inequivocamente prerrogativa do advogado acerca da inviolabilidade telefônica quando inerente ao exercício da advocacia (artigo 7º, inciso II, da Lei 8.906/94), atenta gravemente contra as bases do Estado Democrático de Direito”.
Em nota, a Comissão de Prerrogativas da entidade disse que a ordem do juiz federal “representa vertente da lamentável tentativa de criminalização do exercício da advocacia”, e que trata o advogado como se fosse seu cliente.
O Movimento de Defesa da Advocacia, por sua vez, declarou que, em um Estado Democrático, não se pode admitir “qualquer relativização dos Direitos consagrados no artigo 7º da Lei 8.906/94, inclusive a inviolabilidade de correspondência telefônica, independentemente do fim a que se presta”.
Ataques de especialistas
Advogados como Wadih Damous, que também é deputado federal (PT-RJ), Alberto Zacharias Toron, Pedro Serrano e Fernando Fernandes também criticaram os grampos das conversas entre Lula e Teixeira, apontando que isso fere a inviolabilidade da comunicação entre advogado e cliente prevista no artigo 7º do Estatuto da Advocacia.
Segundo eles, a medida viola a Constituição e a Lei de Interceptações Telefônicas (Lei 9.296/1996), e ameaça o Estado Democrático de Direito.
Leia a nota do Teixeira, Martins e Advogados:
“Nota à sociedade
Tomamos conhecimento na data de ontem (16/03/2016) de que o Juiz Federal Sérgio Moro, acolhendo pedido de Procuradores da República da Força Tarefa Lava Jato, autorizou nos autos do Processo nº 98.2016.4.04.7000/PR, a realização de interceptação do telefone celular do advogado Roberto Teixeira.
O advogado Roberto Teixeira funciona naquele processo e em outros procedimentos a ele relacionados como advogado do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fato público e notório e comprovado por meio de procuração juntada aos autos e pelo acompanhamento pessoal de atos processuais. Isso significa que a intenção do juiz e dos membros do Ministério Púbico foi a de monitorar os atos e a estratégia de defesa do ex-Presidente, configurando um grave atentado às garantias constitucionais da inviolabilidade das comunicações telefônicas e da ampla defesa e, ainda, clara afronta à inviolabilidade telefônica garantia pelo artigo 7º, inciso II, do Estatuto do Advogado (Lei nº 8.906/1994).
Cite-se, como exemplo disso, a conversa telefônica mantida entre o advogado Roberto Teixeira e o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva no momento em que este último foi surpreendido, no dia 04/03/2016, pela arbitrária condução coercitiva determinada pelo próprio Juiz Federal Sérgio Moro. Toda a conversa mantida entre advogado e cliente e a estratégia de defesa transmitida naquela oportunidade estava sendo monitorada e acompanhada por Moro e pela Polícia Federal, responsável pela condução do depoimento.
A justificativa do juiz Moro lançada no processo para grampear o advogado foi a seguinte: “O advogado Roberto Teixeira, pessoa notoriamente próxima a Luis (sic) Inácio Lula da Silva, representou Jonas Suassuna e Fernando Bittar na aquisição do sítio de Atibaia, inclusive minutando as escrituras e recolhendo as assinaturas no escritório de advocacia dele”. Essa afirmação é a maior prova de que Roberto Teixeira foi interceptado por exercer atos privativos da advocacia — o assessoramento jurídico de clientes na aquisição de propriedade imobiliária — e não pela suspeita da prática de qualquer crime.
Moro foi além. Afora esse grampo ostensivo no celular de Roberto Teixeira, também foi determinada a interceptação do telefone central do escritório Teixeira, Martins e Advogados, gravando conversas dos advogados Roberto Teixeira e Cristiano Zanin Martins e de outros membros que igualmente participam da defesa do ex-Presidente Lula e de seus familiares — inclusive no processo sob a presidência do Juiz Moro. O grampo do telefone central do escritório foi feito de forma dissimulada, pois o juiz incluiu o número correspondente no rol de telefones que supostamente seriam da empresa LILS Palestras, Eventos e Publicações Ltda., que tem como acionista o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A estratégia do juiz Sérgio Moro e dos membros da Força Tarefa Lava Jato resultou no monitoramento telefônico ilegal de 25 advogados que integram o escritório Teixeira, Martins & Advogados, fato sucedido com a também ilegal divulgação das conversas gravadas nos autos do processo, juntamente com a divulgação de outras interceptações ilegais.
Não é a primeira vez que o Juiz Moro protagoniza um ato de arbitrariedade contra advogados constituídos para assistir partes de processos por ele presididos. Por exemplo, no julgamento do HC 95.518/PR, pelo Supremo Tribunal Federal, há registros de que o juiz Moro monitorou ilegalmente advogados e por isso foi seriamente advertido pelos Ministros daquela Corte em 28.05.2013.
O Juiz Sérgio Moro se utiliza do Direito penal do inimigo, privando a parte do “fair trail”, ou seja, do julgamento justo. Não existe a imprescindível equidistância das partes e tampouco o respeito à defesa e ao trabalho dos advogados.
Atenta contra o devido processo legal e a todas as garantias a ele inerentes o fato de Moro haver se tornado juiz de um só caso, conforme resoluções emitidas pelo Tribunal Regional Federal da 4ª. Região e atuar com pretensa jurisdição universal, atropelando até mesmo o sagrado direito de defesa.
Além das medidas correcionais e judiciais cabíveis, o assunto será levado à Ordem dos Advogados do Brasil para que, na condição de representante da sociedade civil, possa também intervir e se posicionar em relação a esse grave atentado ao Estado Democrático de Direito.
Roberto Teixeira e Cristiano Zanin Martins”
Leia a resposta do MPF:
“(1) Conforme consta na petição, o telefone foi obtido por fonte aberta na internet, como vinculado à LILS PALESTRAS (link: http://www.foneempresas.com/telefone/empresa/telefone-de-l-i-l-s-palestras-eventos-e-publicacoes-ltda/13427330000100), cuja quebra foi deferida pelo juízo.
(2) Nos relatórios juntados aos autos, não constam transcrições de diálogos do referido número como alvo.
(3) No entanto, constam no relatório ligações em que telefones de alvos mantiveram conversas com terceiros que utilizaram o referido número.
(4) Quanto ao referido escritório, cumpre rememorar ainda o quanto posto pelo Juízo na decisão proferida nos autos da interceptação, o que revela que Roberto Teixeira é investigado: ‘Rigorosamente, ele não consta no processo da busca e apreensão 5006617-29.2016.4.04.7000 entre os defensores cadastrados no processo do ex-Presidente. Além disso, como fundamentado na decisão de 24/02/2016 na busca e apreensão (evento 4), há indícios do envolvimento direto de Roberto Teixeira na aquisição do Sítio em Atibaia do ex-Presidente, com aparente utilização de pessoas interpostas. Então ele é investigado e não propriamente advogado. Se o próprio advogado se envolve em práticas ilícitas, o que é objeto da investigação, não há imunidade à investigação ou à interceptação.’
(5) Além de tudo isso, no evento 42 dos autos 5006205-98.2016.4.04.7000, Roberto Teixeira se tornou alvo da medida tendo sido diretamente interceptado e investigado em razão da existência de evidências de seu provável envolvimento em crime, o que torna a reclamação inócua.”
Leia a nota da OAB-RJ:
“NOTA OFICIAL
A Comissão de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado do Rio de Janeiro (OAB/RJ), a partir de posicionamento conjunto do Presidente Luciano Bandeira e do Vice-presidente Diogo Tebet, vem pela presente manifestar total repúdio à decisão emanada pelo Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba, determinando a interceptação telefônica dos advogados Cristiano Martins e Roberto Teixeira, a pedido da Polícia Federal.
Tal expediente, além de violar frontal e inequivocamente prerrogativa do advogado acerca da inviolabilidade telefônica quando inerente ao exercício da advocacia (art. 7º, inciso II, da Lei 8.906/94), atenta gravemente contra as bases do Estado Democrático de Direito.
Segundo disposição constitucional, a advocacia é função essencial à administração da Justiça (art. 133, da CF), sendo o advogado inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão.
A decisão em comento representa vertente da lamentável tentativa de criminalização do exercício da advocacia, operando indevida e reprovável confusão entre a figura do cliente e de seu patrono, merecendo, portanto, veemente repúdio.
A Comissão de Prerrogativas da OAB/RJ prestará assistência aos advogados que mantém inscrição nos quadros da Seccional do Rio de Janeiro”.
Leia a nota do Movimento de Defesa da Advocacia:
“Manifestação do Movimento de Defesa da Advocacia
Diante dos gravíssimos fatos noticiados na data de ontem, o Movimento de Defesa da Advocacia (MDA) manifesta sua enorme inquietude com a estabilidade das mais essenciais instituições políticas e jurídicas do país. Ninguém pode colocar-se à margem da Lei, inclusive integrantes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
A inobservância do princípio da moralidade pública deve receber o veemente repúdio da sociedade. Os fatos devem ser devidamente investigados, e os culpados, punidos na forma da Lei.
O MDA, ademais, também repudia qualquer forma ou tentativa de violação das prerrogativas profissionais do advogado. Não se pode admitir, no âmbito do Estado Democrático, qualquer relativização dos Direitos consagrados no art. 7º da Lei 8.906/94, inclusive a inviolabilidade de correspondência telefônica, independentemente do fim a que se presta.
Rodrigo R. Monteiro de Castro
Diretor Presidente – Movimento de Defesa da Advocacia”
*Texto atualizado às 19h56 do dia 17 de março de 2016.
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Juristas: Moro constrói caminho contra Estado de Direito

Mídia também foi criticada em evento na USP
publicado 18/03/2016
Na página Po Serra no Facebook
Saiu na Fel-lha:
Juristas e representantes da esquerda criticaram nesta quinta (17) na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, em São Paulo, a condução das investigações da Operação Lava Jato, o juiz Sergio Moro e o que afirmam ser a "pavimentação de um caminho para o fim do Estado democrático de Direito" no Brasil.
Centenas de pessoas lotaram o Salão Nobre da faculdade, onde em alguns momentos gritavam "Moro na cadeia" em meio às críticas de advogados contra o juiz federal de Curitiba.
A mídia também foi um dos principais alvos do ato chamado "Manifesto pela Legalidade e pela Democracia", que criticou a "espetacularização do processo penal promovida pelos meios de comunicação".
O professor de direito penal da Universidade de São Paulo Sérgio Salomão Schecaira afirmou que Moro deveria "ser preso" pela quebra do sigilo telefônico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que o juiz federal faz "uso seletivo", na mídia, das informações da Lava Jato para reforçar "um golpe que está em curso".
Para Marcelo Semer, da Associação Juízes para a Democracia, "há um estado policial que está desalojando o Estado democrático de Direito no país". Ele criticou o que chamou de "novas formas de prisão", com o uso de prisões preventivas para obter delações premiadas de suspeitos de crimes. 
(...)
Em sua fala, o jurista Fábio Konder Comparato também acusou a mídia de estar favorecendo o atual clima contra o Estado democrático de Direito no país, repetindo o que já havia dito na quarta-feira (16) em evento de desagravo ao PT realizado na PUC-SP. 
(..
SITE PESQUISA CONVERSA AFIADA

Conforme JURISTAS da USP, a Lava Jato é abuso de Poder

Moro constrói caminho contra Estado de Direito, dizem juristas na USP

DE SÃO PAULO

18/03/2016 00h00

Paulo Lisboa/FolhapressO juiz federal Sergio Moro, da Operação Lava Jato

Juristas e representantes da esquerda criticaram nesta quinta (17) na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, em São Paulo, a condução das investigações da Operação Lava Jato, o juiz Sergio Moro e o que afirmam ser a "pavimentação de um caminho para o fim do Estado democrático de Direito" no Brasil.

Centenas de pessoas lotaram o Salão Nobre da faculdade, onde em alguns momentos gritavam "Moro na cadeia" em meio às críticas de advogados contra o juiz federal de Curitiba.

A mídia também foi um dos principais alvos do ato chamado "Manifesto pela Legalidade e pela Democracia", que criticou a "espetacularização do processo penal promovida pelos meios de comunicação".

O professor de direito penal da Universidade de São Paulo Sérgio Salomão Schecaira afirmou que Moro deveria "ser preso" pela quebra do sigilo telefônico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que o juiz federal faz "uso seletivo", na mídia, das informações da Lava Jato para reforçar "um golpe que está em curso".

Para Marcelo Semer, da Associação Juízes para a Democracia, "há um estado policial que está desalojando o Estado democrático de Direito no país". Ele criticou o que chamou de "novas formas de prisão", com o uso de prisões preventivas para obter delações premiadas de suspeitos de crimes.

Disse ainda que "há conversas que estão sendo publicizadas por motivos políticos". "Nós não deveríamos estar ouvindo essas conversas. E desta vez não é preciso apurar quem as vazou", disse, em referência ao juiz Moro.

Em sua fala, o jurista Fábio Konder Comparato também acusou a mídia de estar favorecendo o atual clima contra o Estado democrático de Direito no país, repetindo o que já havia dito na quarta-feira (16) em evento de desagravo ao PT realizado na PUC-SP.

Além de lotarem o principal salão da faculdade, dezenas de manifestantes se concentraram no lado de fora, no Largo São Francisco, em apoio ao PT, à presidente Dilma Rousseff e ao ex-presidente Lula.

SUPREMO FOI GRAMPEADO TAMBEM

Escutas serão usadas para dar o Golpe
Vivemos na República Federativa da Arapongagem de Curitiba




Confira o Tweet de @ConversaAfiada:
https://twitter.com/ConversaAfiada/status/710807944544305152?s=09
https://youtu.be/ywPgvZc51M4
por Conversa Afiada — publicado 18/03/2016 09h38, última modificação 18/03/2016 09h38

quinta-feira, 17 de março de 2016

OPINIÃO DE WAGNER MOURA SOBRE A NOSSA POLÍTICA

NOTICIAS DA BOLÍVIA SOBRE O GOLPE

Aragão enquadra a PF

E critica "corporações que queiram na base da cotovelada descredenciar outros órgãos de Estado"

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publicado 17/03/2016

Na Fel-lha:

'Não existe ninguém com o monopólio da moralidade', diz Aragão

O novo ministro da Justiça, Eugênio Aragão, afirmou nesta quinta-feira (17) que "ninguém" no Brasil tem o "monopólio da moralidade".

"Não existe ninguém neste país com o monopólio da moralidade, o monopólio da salvação da pátria", afirmou, em discurso de transmissão de cargo na sede do Ministério da Justiça. "Infelizmente nosso Estado tem ao longo dos anos visto a apropriação das instituições por corporações. Corporações não cultivam alteridade, mas seu umbigo", ressaltou.

Aragão, que substitui Wellington César Lima e Silva, afirmou que não haverá diálogo com as "corporações que queiram na base da cotovelada descredenciar outros órgãos de Estado".

Ele destacou ainda que não aceitará a disputa entre Ministério Público e Polícia Federal pelo poder de investigação. 'Não interessa à sociedade se a polícia ou o Ministério Público vai fazer a investigação. Isso é uma briga paroquial", disse o novo ministro.

SITE PESQUISA Conversa Afiada

quarta-feira, 16 de março de 2016

Bolsa fecha em alta

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publicado 16/03/2016

No G1:

Bovespa fecha em alta com Fed, em dia de anúncio de Lula na Casa Civil

Ibovespa avançou 1,35%, após queda de mais de 3% na véspera.
Ações da Petrobras e da Vale foram principal contribuição positiva.

O principal índice da Bovespa fechou em alta nesta quarta-feira (16), amparado pela recuperação dos papéis da Petrobras e do Banco do Brasil, após sessão volátil, marcada novamente por noticiário político intenso, com destaque para o anúncio de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será o novo chefe da Casa Civil.
 

O principal índice de ações da bolsa paulista subiu 1,34%, aos 47.763 pontos. 

Na mínima, o índice caiu 1,29%. Na máxima, subiu 1,44%.

Já o dólar fechou em queda de 0,63%, vendido a R$ 3,7391, após atingir R$ 3,8542 na máxima do dia

Lula assume Ministério da Casa Civil


A presidenta da República, Dilma Rousseff, informa que o ministro de Estado chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, deixará a pasta e assumirá a chefia do Gabinete Pessoal da Presidência da República.

Assumirá o cargo de ministro de Estado chefe da Casa Civil o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

Assumirá, ainda, o cargo de ministro de Estado chefe da Secretaria de Aviação Civil, o deputado federal Mauro Ribeiro Lopes.

A presidenta da República presta homenagem e agradecimento ao dr. Guilherme Walder Mora Ramalho pela sua dedicação.

Fonte:
Com informações de Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Blog do Planalto e agências.

SO EXISTEM 2 LADOS, SEGUNDO WAGNER MOURA

Acredito que estes 2 LADOS, tantos os Coxinhas e os Metralhas, tem que pensar no país, na democracia.

EU sou a favor da maioria, melhor da DEMOCRACIA.  Desde que isto não  prejudique toda economia, pois penso que desde que começou  MOVIMENTO FORA DILMA,  quem perdeu foi o POVO BRASILEIRO  e o país perdeu com isto.

DE INPC ou IPCA de 6,23% ao ano em Dezembro 2014, com ESTA instabilidade POLÍTICA, não econômica, pois na questão aqui não é  a INCAPACIDADE DA DILMA DE ADMINISTRAR O PAÍS, mais  a insatisfação de alguns quanto ao seu  governo, com o interesse de cassar a Presidente foi para 11,5% ao ano em 2015,  mas nada que seja assustador, mas preocupante.

Pelo que entendi, um pequeno grupo, já  que a nossa sociedade tem 204 milhões  de brasileiros.  Desculpem os 6 milhões que foram a rua,  vocês  podem manifestar, mas não prejudicar toda a DEMOCRACIA  e uma economia que está ainda estável, só  porque não gostam da DILMA.

Texto  CLAUDIA FANAIA

Vídeo Ator WAGNER MOURA

https://youtu.be/v3SPnRJKH1Q

Lula acaba de ser nomeado ministro chefe da secretaria do governo

terça-feira, 15 de março de 2016

Ministério Público decide não exonerar promotor acusado de torturar esposa

HISTÓRIA BIZARRA

Douglas Kirchner, que investiga Lula, teria permitido que mulher passasse cinco meses em cárcere privado após ter sido punida, por pastora de igreja, com uma surra de cipó

por Viomundo publicado 15/03/2016 16:20, última modificação 15/03/2016 16:58

REPRODUÇÃO/VIOMUNDO

Douglas assumiu o cargo de procurador da República em Rondônia quando a mulher, Tamires, estava sequestrada

Viomundo – É uma história bizarra. Douglas Ivanowski Kirchner assumiu o cargo de procurador da República em Rondônia quando a mulher, Tamires, estava sequestrada por integrantes da Igreja Evangélica Hadar, em Porto Velho, à qual o casal pertencia.

Tamires foi punida pela pastora da igreja com uma surra de cipó por ter jogado fora a aliança de casamento. Douglas assistiu.

Depois disso, ela foi colocada num “regime disciplinar”: passou cinco meses em cárcere privado com o conhecimento e conivência de Douglas.

Ela sobreviveu comendo restos de comida, não tinha acesso a itens de limpeza e nem a remédios. Dormia no chão.

A família chegou a denunciar que Tamires estava desaparecida. Enquanto ela era mantida prisioneira, Douglas assumiu o cargo no MPF/Rondônia, em maio de 2014 e, assim, ingressou no estágio probatório de dois anos.

Tamires conseguiu fugir do cárcere privado e denunciou o marido ao MPE de Rondônia.

Douglas foi transferido pelo procurador-geral Rodrigo Janot ao Distrito Federal para tratamento psiquiátrico.

Ele ocupa provisoriamente a vaga do promotor Paulo Roberto Galvão de Carvalho, que trabalha na Operação Lava Jato em Curitiba.

Mas não foi o fim da carreira dele. Pelo contrário: Douglas ganhou notoriedade outra vez em 2015. Segundo a defesa de Lula, ele vazou documentos de investigação que havia aberto contra o ex-presidente que corria sob sigilo. Destino dos vazamentos? A revista Época, da família Marinho.

Os documentos, com a chancela do MPF, traziam suspeitas de que Lula teria praticado tráfico de influência em defesa de empreiteiras, no exterior.

Eles foram base para duas reportagens de capa da revista.

RBASegundo a defesa de Lula, Kirchner vazou documentos de investigação que havia aberto contra o ex-presidente que corria sob sigilo

No início de março de 2016, a assessoria de Lula divulgou a seguinte nota oficial:

NOTA À IMPRENSA

Lula pede explicações ao CNMP sobre vazamentos de documentos sigilosos a Época

Advogados consideram que houve violação da privacidade do ex-presidente

São Paulo, 2 de março de 2016

Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva protocolaram junto ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), nesta terça-feira (1), um pedido de explicação a respeito das ações do procurador Douglas Ivanowksi Kirchner, do 5º Ofício de Combate à Corrupção em Brasília — DF. Segundo os advogados do ex-presidente Lula, procurador violou os limites impostos pela Constituição Federal e a legislação infraconstitucional.

O documento protocolado afirma que Kircher negou aos advogados do ex-presidente acesso aos documentos do procedimento de investigação, cerceando o direito à defesa de Lula. Pior, as cópias dos documentos foram vazados à revista Época, embora esse procedimento esteja sob sigilo. Contrariando as regras do Ministério Público, o procurador Douglas Kirchner redistribuiu a investigação a si próprio, quando o correto seria distribuir o processo a outro procurador.

Os advogados do ex-presidente Lula pedem ao CNMP pleno acesso aos autos do processo e a apuração de quem foi o responsável pelo vazamento à imprensa. A atitude do procurador, segundo o pedido de esclarecimento, “já implicou violação da privacidade, da presunção de inocência e da dignidade da pessoa humana” do ex-presidente.

Neste 14 de março de 2016, o Conselho Superior do Ministério Público Federal se reuniu para avaliar se Douglas Kirchner, que também responde a processo criminal acusado de sequestro e cárcere privado da própria mulher, cumpriu ou não as condições do estágio probatório.

Se não, ele poderia perder o cargo.

Curiosamente, em sua defesa Douglas alegou “vazamento ilícito” do sigilo da medida protetiva que a Justiça impôs contra ele, além de “quebra do sigilo profissional” da advogada de Tamires, que fez a denúncia pública.

Nos últimos dias, quem assumiu a defesa de Douglas? A advogada Janaina Paschoal, aquela que pediu o impeachment de Dilma Rousseff ao lado de Hélio Bicudo.

RBAJanaína Paschoal, autora de pedido de impeachment com Hélio Bicudo, assumiu a defesa de Kirchner

Ela informou ao CS do MPF que foi procurada por Douglas Kirchner e se interessou pelo caso por se tratar, na definição de Janaína, de um caso de “liberdade religiosa”.

A certa altura da sessão, Janaína alegou que Douglas tinha “a mente propícia para ser cooptada”, ou seja, teria maltratado a mulher sob influência da igreja.

A presidente do Conselho e relatora Ela Wiecko Volkmer de Castilho votou pelo encaminhamento, ao PGR, de decisão que poderia levar à demissão de Douglas. Ela citou o laudo pericial demonstrando que Tamires foi espancada com instrumento contundente. Segundo ela, Tamires foi submetida a violência “psíquica, moral e simbólica” com a conivência do procurador.

Ela Wiecko lembrou que Douglas “admite que assistiu a surra com cipó no sítio, no carnaval de 2014, e não teve forças para reagir. Nesse dia, não era procurador ainda, mas tornou-se depois e mesmo sendo procurador continuou morando na igreja, casado com Tamires e a situação permaneceu a mesma até a fuga dela em julho”.

A relatora argumentou que as provas de que Douglas praticou violência contra a mulher e fanatismo religioso eram mais que suficientes para um juízo do Conselho Superior do MPF de que Douglas “não possui idoneidade moral para exercer o cargo de procurador da República”.

O conselheiro Mário Bonsaglia lembrou que Douglas teve de ser retirado de Rondônia para escapar da influência da igreja: “Ele vai ter de ser tutelado pelo resto da carreira?”, perguntou.

Já o conselheiro Carlos Frederico Santos lembrou até o caso do suicídio coletivo de Jim Jones para destacar o poder da religião, sugerindo que Douglas foi vítima da “seita”, termo utilizado pela defesa do promotor. Carlos Frederico levantou dúvidas sobre o comportamento da própria Tamires.

Na sexta-feira passada, de última hora, Douglas Kirchner apresentou o laudo de uma psiquiatra afirmando que “à época dos fatos era o examinado portador de distúrbio psiquiátrico do tipo reativo, caracterizado por fanatismo religioso”.

“O pecado do doutor Douglas Kirchner foi ter se omitido, se ele tivesse vontade, mas ele não tinha vontade”, argumentou o conselheiro Augusto Aras.

Mas, e agora, nesse período em que Kirchner investigou o ex-presidente Lula?

Segundo o mesmo laudo, “no momento, Douglas não apresenta sintomas de patologia psiquiátrica”. Aras afirmou que Kirchner é vítima de moralismo, como o que teria existido nos regimes de Hitler, Mussolini e Stalin.

O conselheiro enveredou pela política, dizendo que o Brasil precisa de “estadista” e que está “se acabando”. Também afirmou que Douglas recebeu elogios por sua atuação e “enfrentou as autoridades mais poderosas”, numa referência oblíqua à ação do promotor contra Lula.

No final, a proposta da relatora foi derrotada por 5 a 4.

Além da relatora, os conselheiros Mario Bonsaglia, Monica Garcia e Deborah Pereira consideraram que o promotor violou a Lei Maria da Penha quando já era integrante do MPF.

Os conselheiros Eitel Pereira, José Bonifácio de Andrada, Carlos Frederico Santos, Antonio Aras e Maria Caetana Santos votaram contra a relatora. Um dos argumentos que utilizaram é de que Douglas Kirchner teria sido vítima da igreja tanto quanto sua mulher Tamires. Eles consideraram o promotor apto a desempenhar suas funções.

O Conselho Superior do MPF definiu que cabe ao PGR Rodrigo Janot a decisão de determinar onde Douglas vai trabalhar.

Quando vencer o prazo do estágio, em 14 de maio, apesar das graves acusações que pesam contra ele, Douglas Kirchner deverá obter a tão desejada vitaliciedade.

Ouça abaixo a íntegra da sessão, que tem mais de cinco horas de duração.

Se você quiser ir direto para a descrição da violência cometida contra Tamires, busque o áudio em 1h44m.

registrado

Delcídio leva Aécio e Temer para a lama; Lula fica ainda mais forte

RODRIGO VIANNA

Manchetes miram Mercadante, mas não acredite em “Veja” e “UOL”. Oposição é passageira da agonia nesse transatlântico pilotado por Moro, Janot e Globo. E Lula é cada vez mais necessário no governo

por Rodrigo Vianna, portal Fórum publicado 15/03/2016 19:54

REPRODUÇÃO

É sintomático que a oposição tenha sido cautelosa diante da bomba de Delcídio

Escrevinhador – Delcídio atirou pra todos os lados: sobrou para o tucano Aécio Neves (com a suposta participação nos esquemas de Furnas e as contas secretas da família, que teriam sumido de uma CPI) e para Michel Temer (que, segundo Delcídio, sustentava a turma da corrupção na Petrobras). Sobrou também para outros líderes do PMDB.

Essa é a grande novidade da delação homologada hoje pelo ministro Teori, no STF: não há seletividade. Teori expôs tudo à luz. E Aécio, enxotado na Paulista pela direita no dia 13, agora é enxotado pelo Delcídio.

Claro que Delcídio também tentou implicar Lula e Dilma. Mas isso não é novidade. Esses dois já estão sob ataque permanente. A novidade é que o moralismo seletivo começa a ceder! PSDB e PMDB se aproximam da guilhotina da Lava-Jato.

Temer, que pretende ser um novo Café Filho (o vice que traiu Vargas em 54) também se enlameou e terá dificuldades em se apresentar como grande capitão do golpe parlamentar, para “unir o Brasil”.

Claro que delação não é fato. Delação é o relato desesperado de alguém que, preso, fala o que a autoridade quer ouvir. A delação de Delcídio não é ponto de chegada, mas ponto de partida. Só investigações sérias podem provar se o que ele diz guarda relação com a realidade.

Claro também que, fora das ilações, há uma grande bomba na delação: a gravação em que o pavão Mercadante aparece conversando com um assessor de Delcídio. A mídia tucana apresentou essa gravação como indício de que Mercadante tentou “comprar o silêncio” de Delcídio.

Não é isso o que aparece na conversa. Sim, é grave que um ministro fale com emissário de um investigado. Grave e burro – diga-se.

Não gosto de Mercadante, acho que Dilma devia aproveitar o episódio e se livrar dele. Mas difícil encontrar no diálogo uma prova de que Mercadante estaria oferecendo grana pro Delcídio pagar advogados e ficar quieto.

É sintomático que a oposição tenha sido até cautelosa diante da bomba de Delcídio. Não se vê grandes arroubos por enquanto. Estão avaliando os fatos. Aécio sumiu do mapa. Só os peixes miúdos da oposição deram as caras – meio desgovernados.

Sintomático também o que ouvi há pouco na Globo News. A apresentadora (fazendo um papel até jornalístico) perguntou ao “repórter” Camarotti: “Sobra algum problema pra oposição com essa delação?”.

Ingênuo, achei que o “repórter” fosse falar de Aécio/Furnas. Que nada, vejam só: “A oposição vem a reboque dos acontecimentos, não tem protagonismo, e tem medo da ida de Lula pro governo”.

Camarotti tentou poupar Aécio, mas sem querer entregou tudo.

A oposição é hoje “passageira da agonia” nesse transatlântico pilotado por Moro, Janot e pela Globo.

Resumo da ópera: Mercadante levou tiro no peito; Aécio e Temer foram pra lama. E Lula? É cada vez mais necessário no governo.

A delação não muda nada em relação a isso. Sem Lula, Dilma não se sustenta. Lula pode ajudar a destravar a economia e a segurar o PMDB.

Ah, mas mesmo delatado no STF pelo Delcídio?

Sim.

No meio da tempestade, o capitão mesmo ferido consegue levar o barco a porto seguro. É hora de apostar no capitão.

Até porque do outro lado o jogo está dessarrumado: Aécio enxotado, Alckmin reduzido a São Paulo e olhe lá. Sobram Moro/Bolsonaro. Marina dá uns gritinhos, mas ninguém a leva a sério.

Das sombras, Serra tenta manobrar o seu bote, pra atracar no transatlântico e ocupar a cabine de comando – na calada da noite.

A oposição, entregou o Camarotti, está a reboque, com medo de Lula.

O risco a essa altura é embarcarmos numa República jurídico-midiática, em que as delações sejam a guilhotina de Robespierre.

O ex-presidente Lula, talvez, espere as manifestações de sexta, e a formação da comissão do impeachment para tomar sua decisão final. O PMDB – apavorado com delações e agora jogado na lama – é parte do jogo. A outra parte é a rua no dia 18.

O jogo está longe do fim. Não acreditem nas manchetes da Veja e do UOL!

Lula pode alterar o rumo da economia

Lula assumirá Casa Civil do Governo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aceitou ocupar um ministério no governo da presidente Dilma Rousseff e irá substituir Ricardo Berzoini na Secretaria de Governo, mas com mais poderes, informou à Reuters nesta terça-feira uma fonte do Palácio do Planalto.

O ex-presidente reúne-se, em Brasília, com Dilma para ter uma última conversa com a presidente sobre o cargo e acertar o formato do trabalho que fará no governo.

Havia dúvidas sobre qual pasta o ex-presidente aceitaria, Casa Civil ou Secretaria de Governo, já que a Casa Civil teria, em tese, mais poder. Contudo, a Casa Civil inclui também uma grande parte administrativa que Lula não gostaria de ter que lidar para poder se concentrar no rearranjo político do governo.

Texto JOSÉ DE VASCONCELLOS - BELEM DO PARÁ
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